Mensagens

"Fernão de Magalhães" - Poema de Fernando Pessoa, em "Mensagem"

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  FERNÃO DE MAGALHÃES No vale clareia uma fogueira. Uma dança sacode a terra inteira. E sombras disformes e descompostas Em clarões negros do vale vão Subitamente pelas encostas, Indo perder-se na escuridão. De quem é a dança que a noite aterra? São os Titãs, os filhos da Terra, Que dançam da morte do marinheiro Que quis cingir o materno vulto — Cingi-lo, dos homens, o primeiro —, Na praia ao longe por fim sepulto. Dançam, nem sabem que a alma ousada Do morto ainda comanda a armada, Pulso sem corpo ao leme a guiar As naus no resto do fim do espaço: Que até ausente soube cercar A terra inteira com seu abraço. Violou a Terra. Mas eles não O sabem, e dançam na solidão; E sombras disformes e descompostas, Indo perder-se nos horizontes, Galgam do vale pelas encostas Dos mudos montes. Fernando Pessoa, in Mensagem Em homenagem a Fernão de Magalhães, Patrono do nosso Agrupamento.  Que o seu feito continue a inspirar a humanidade! Manuela Tender Professora Coordenadora do Projeto

"Tão abstrata é a ideia" - Fernando Pessoa. Por Beatriz Amaro, 10.ºA

"Tão abstrata é a ideia" - Poema de Fernando Pessoa.  Por Beatriz Amaro, 10.ºA Visualizar   Aqui  

"Não quero ser na vida" - Elizabete Amendoeira, 10.º A. (Poema original)

  Não quero ser na vida O início de um fim, Nem o fim De um começo… Quero ser O início De um começo Sem fim…   Elizabete Amendoeira (poema original) 10.ºA, N.º5

"Inventei a dança para me disfarçar" - Sophia de Mello Breyner Andresen. Por Anita César, 10.ºA.

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  Bailarina: Anita César, autora do trabalho.

"A Caverna" - Norberto do Vale Cardoso. Pela aluna e neta do Poeta Diana Freire Cardoso

  Poema "A Caverna" de Norberto do Vale Cardoso.  Pela aluna  do Agrupamento Fernão de Magalhães e neta do Poeta Diana Freire Cardoso Visualizar    Aqui

"Aos Poetas" - Miguel Torga. Por Manuela Tender, Professora do Agrupamento Fernão de Magalhães

  AOS POETAS Somos nós As humanas cigarras! Nós, Desde os tempos de Esopo conhecidos. Nós, Preguiçosos insectos perseguidos. Somos nós os ridículos comparsas Da fábula burguesa da formiga. Nós, a tribo faminta de ciganos Que se abriga Ao luar. Nós, que nunca passamos A passar!... Somos nós, e só nós podemos ter Asas sonoras, Asas que em certas horas Palpitam, Asas que morrem, mas que ressuscitam Da sepultura! E que da planura Da seara Erguem a um campo de maior altura A mão que só altura semeara. Por isso a vós, Poetas, eu levanto A taça fraternal deste meu canto, E bebo em vossa honra o doce vinho Da amizade e da paz! Vinho que não é meu, mas sim do mosto que a beleza traz! E vos digo e conjuro que canteis! Que sejais menestreis De uma gesta de amor universal! Duma epopeia que não tenha reis, Mas homens de tamanho natural! Homens de toda a terra sem fronteiras! De todos os feitios e maneiras, Da cor que o sol lhes deu à flor da pele! Crias de Adão e Eva verdadeiras! Homens da torre de

"Ser Bombeiro" - Lobo Amaral. Por Carlos Santos, EFA GERIATRIA

  Ser Bombeiro   Descer a montanha do bem estar, Conviver com a angústia e com a dor, Enfrentar a terra e as ondas do mar, Fazer tudo, mas tudo com Amor. Uma farda que não dá poder, Um machado ao serviço da PAZ. Um sentimento de vida e de querer, E a vontade de ser capaz. Um obrigado, ao filho, ou à esposa, À mãe e também ao pai, Porque espera uma pessoa idosa, Porque nos dilacera um " Ai" O sangue que no chão derrama, Os gritos que a dor não deixa ouvir, O combate à destruidora e infernal chama, São o verdadeiro eco de um fraterno sentir. Deixar tudo por cada homem que chora Deixar tudo por cada ser que agoniza, Contrariar o desespero em cada hora, Dar aos outros a própria camisa, O risco é duro e permanente, As horas não têm minuto nem segundo, O desafio é louco mas consciente O BOMBEIRO é uma presa do mundo.   de Lobo Amaral    Este poema reflete-se na minha vida pessoal: sou Bombeiro Voluntário desde os meus 18 anos, faço combate a incêndios, salvamentos, inundações... Al

"Violência Doméstica" - Gibson Medeiros. Por Sarah Cardoso, 10.ºA

  Violência doméstica Quantas vezes me bateu sem falar o que eu fiz eu só queria ser feliz você não compreendeu o meu coração sofreu sentindo o corpo padecer em troca de tanto amor tive sofrimento e dor mas não vivo sem você É difícil de entender porque sou tão submissa sirvo pra tua cobiça teu momento de prazer porém nada vou dizer o meu direito é se calar se nem piso na calçada mesmo assim fico marcada sem ter forças pra lutar Apenas vou chorar recuar mais uma vez diante a tua embriaguês nada posso recusar tudo tenho que aceitar calada sou agredida e por ser tão dependente vivo casada e carente escrava da própria vida Gostaria de gritar para o mundo inteiro ouvir o tanto que sofri sem poder denunciar se não tenho onde morar vivo a mercê da sorte vou me recolher tão cedo convivendo com o medo de escrever a própria morte. Guibson Medeiros   Eu escolhi este poema porque é algo que acho bastante importante porque é, infelizmente, a vida de mu